Na minha pesquisa pude verificar a existência de várias técnicas de reprodução assistida, tais como a FIV (fecundação in-vitro) - bem conhecida de todos - e a Inseminação artificial. No entanto, tendo em conta que é a técnica de maior eficácia percentual, vou apenas explorar a ICSI (Intracytoplasmatic Sperm Injection). Esta técnica, tendo melhores resultados que as outras, tem vindo a impor-se no domínio dos tratamentos contra a fertilidade.
De facto, possui uma eficácia média de 55%, bastante superior à das outras TRA, tendo ainda a vantagem de poder ajudar homens com problemas ao nível dos espermatozóides (qualidade e produção - poucos ou nenhuns espermatozóides no ejaculado, espermatozóides com baixa mobilidade, percentagem baixa de espermatozóides com morfologia normal), uma vez que os espermatozóides podem ser obtidos através de colheita natural ou aspiração/extracção dos epidídimos ou testículos.
Já as células sexuais femininas são obtidas pela indução da ovulação através de medicamentos que estimulam o desenvolvimento e amadurecimento de vários oócitos II, seguida da sua recolha por aspiração transvaginal ou laparoscopia.
Em seguida, é imobilizado e injectado um único espermatozóide directamente dentro do oócito II, recriando uma "fecundação". Para este efeito usam-se micromanipuladores/microagulhas, sendo todo o processo realizado com o uso do microscópio.Posteriormente, os embriões resultantes são implantados no útero.
Desta forma, é possível solucionar um problema que afecta cerca de 15% da população mundial. Em Portugal, meio milhão de pessoas sofrem de infertilidade, uma doença que causa, em muitos casais, uma "dor existencial indizível que a medicina e a sociedade não devem deixar de escutar,
acompanhar e, na medida do possível, atender"(Machado, J.P.). Torna-se, assim, essencial que todos estejamos informados sobre este assunto e que a ciência continue a investir nesta área, pois só assim poderão surgir respostas cada vez mais eficientes na resolução da problemática que é a infertilidade.
Recomendo que vejam o seguinte vídeo, que ilustra esta técnica de reprodução assistida:
ICSI - Youtube
Fontes:
O contributo das ciências sociais e médicas para o estudo da infertilidade
A infertilidade humana - trabalhos de biologia
http://www.gineco.com.br/infert11.htm
http://www.infertile.com/treatmnt/treats/icsi.htm
9 comentários:
Qual é a difereça entre este método e o in vitro?
Olá a todos! Queria responder à questão deixada pela Ana. A fertilização in vitro e a apresentada (ICSI), apesar de aparentaram algumas semelhanças, são realizadas de forma completamente diferente.
Como se pode ver na minha postagem, na ICSI o espermatozóide (isto é, o núcleo do espermatozóide - que contém o material genético) é injectado directamente dentro do oócito II.
Já na fertilização in vitro, é feita uma fecundação/fertilização mais "natural". Os espermatozóides recolhidos são colocados em contacto com os oócitos, num meio de cultura que simula as condições ambientais das trompas de falópio, durante 12 a 18 horas. Cada espermatozóide vai, assim, fecundar um oócito II.
Decorrido este tempo, procura-se, por observação microscópica, um sinal de fertilização normal.
Os óvulos fecundados permanecem no meio de cultura 48 horas, até constituirem embriões de 6 a 8 células. Em seguida, o melhor embrião é implantado no útero.
É ainda de referir que a taxa de sucesso é de 20% a 35%, em mulheres até 35 anos(significativamente inferior à do ICSI). A partir dos 40 anos será de 15%.
Espero ter esclarecido a tua dúvida! ;)
Mais uma vez, aconselho a consulta das fontes, para uma maior compreensão desta temática.
Muito bem, percebi.
Creio no entanto que a tua técnica seja um pouco artificial demais e temo que nós humanos, conhecendo-nos como conheço, venhamos a usar isso de uma forma errada e para beneficio proprio..
Quero apenas esclarecer que a "minha técnica" por ti referida não é minha! É sim de um médico hungaro, Peter Nagy, que a criou, conjuntamente com um grupo belga, em 1991.
Esta técnica já não é uma técnica para o futuro, dado que vários países já a utilizam, nomeadamente a Dinamarca.
Como todas as descobertas científicas, também esta pode vir a ser usada em benefício próprio. Não vejo, contudo, grandes malefícios decorrentes dessa utilização, uma vez que é natural que um casal infértil a use em proveito próprio.
Não estamos a falar de "manipulação genética", mas apenas de uma técnica de tratamento de infertilidade!
Pois, o problema é o que daí pode advir.. Para já é usado nos casais ricos e inférteis que coitadinhos querem ter um filho de qualquer das formas.
E quando as pessoas começarem a poder escolher a cor do filho, como penso que começa a acontecer?
As técnicas de reprodução assistida são um grande passo para a ciência, mas temo-a um pouco. Sei que pode parar nas mão erradas. E não quero imaginar o que poderá acontecer nessa situação...
alcunha
Olá! Oh Dinis, a ICSI não é aquela técnica de reprodução em que se pode escolher o tipo de genes que o filho virá a ter? Eu o ano passado tinha visto um site muito fixe sobre isso e tinha la uma animação vou ver se consigo encontrá-lo e depois posto-o no meu blog...Ah, responde à minha questão..
Recomendo-te que leias a resposta à tua pergunta anterior, onde te elucidei acerca do facto de, no meu texto, não me estar a referir à manipulação genética, mas apenas a um tratamento de infertilidade.
Agora a resposta ao Patrício: A ICSI é uma técnica de reprodução assistida que pode ser usada para o tratamento da infertilidade. No entanto, se aliarmos a esta técnica a manipulação genética, talvez, no futuro, possamos vir a escolher as características dos filhos.
Aí sim, podemos reflectir acerca do que a Ana referiu. Espero que, futuramente, a política proteja a ética, para que o Homem não se torne um "estereótipo".
Sem dúvida alguma a ICSI é o método de reprodução assistida mais eficaz, pois, os obstáculos presentes no percurso dos espermatozóides até ao oócito, inclusivé a sua penetração, são ultupassados.
No teu primeiro comentário, em que falas da fertilização in vitro, dizes que é seleccionado o melhor embrião. Actualmente pode ser feita essa selecção, mas não se verifica em todos os casos. Em 16% dos casos ocorre gestação múltipla, devido à tranferência de mais que um embrião para o útero. Mais um argumento para a eleição da ICSI como o método mais eficaz.
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